Sobre nós !

Amizade e.V é uma associação germânica de amizade para com a Guiné-Bissau, reconhecida jurídicamente, sem fins lucrativos e nem vínculo religioso ou político. Quatro dos membros efectivos da ONG formam a direção executiva

Ariane Fernandes dos Santos
Higidio Fernandes dos Santos
Alexander Hadek
Rüdiger Philipp

Em 1996 uma alemã, Ariane Lurz (Fernandes dos Santos), e um guineense Higídio Fernandes dos Santos, natural de Bafatá (entretanto naturalizado, com a nacionalidade alemã), ambos residentes na Alemanha, viajaram de férias para Guiné-Bissau. Durante a viagem desse casal (Senegal – Gâmbia – Guiné-Bissau), Ariane e Higídio depararam-se com a precária situação em que a população da Guiné-Bissau se encontrava (e ainda se encontra?):

Hospitais com poucos enfermeiros e quase sem médicos;
falta de medicamentos, de materiais e de instrumentos indispensáveis para a manutenção e funcionamento dos hospitais, dos centros e unidades de saúde; custos exorbitantes para os doentes e as mulheres grávidas (até casos de cesarianas tinham que ser antes negociados e pagos de antemão, senão não haveria cesariana), consultas e tratamentos dos doentes que só os ricos conseguiam pagar, etc. (na altura, em 1996);

O Posto Sanitário de Pecixe, em Indjante, estava quase abandonado aquando da nossa chegada a ilha!
O mesmo Posto Sanitário após a restauração pela nossa ONG

Escolas com falta de agentes do ensino e sem materiais didácticos ;
Monitores/professores com salários em atraso, o que implicava greves constantes, assim como anulação dos anos lectivos. Consequência: apenas crianças de famílias ricas (e “bem situadas”) tinham (têm ainda?) acesso às escolas com um bom nivel estatal e/ou privadas que funcionavam eficiente e regularmente;

Uma das escolas da ilha, abandonada, antes do início do nosso Projecto
Após os trabalhos de recuperação e restauração pela nossa ONG

Êxodo rural:
A inexistência de infraestruturas nos meios sub-urbano e rural, assim como a falta de perspectivas de desenvolvimento das populações rurais, atraiu muitos jovens à uma fuga em massa à capital, Bissau, aonde mais tarde poucos poderam realizar os seus sonhos, não podendo desta forma, nem frequentar as escolas, os liceus e universidade, nem tão pouco encontrar um emprego.

Todos esses imparativos levaram a Ariane e Higídio Fernandes dos Santos à promover e dinamizar na Alemanha uma campanha de solidariedade com as populações rurais da Guiné-Bissau, duma forma duradoura, com o intuito de tentar melhorar as suas condições de vida com perspectivas de um desenvolvimento equilibrado e sólido, sem nunca deixarem contudo de constatar que o povo da Guiné (duma forma geral) é um povo dedicado, trabalhador, dinâmico (como qualquer outro Povo do Mundo) e que, a questão das dificuldades em muitos sectores da vida do país aí existentes, não reside só no facto de haver má gestão estruturais das potencialidades humanas, monetárias e sócio-económicas, como também de haver falta de apoio do exterior que se identifique com as necessidades específicas do mundo rural e suas particularidades.

Porquê a ilha de Pecixe? Haverá outra intervenção do gênero nas outras regiões?

A ilha de Pecixe (P’siss) foi escolhida como a primeira pedra na realização deste projecto, porque o acaso levou esses dois viajantes à essa ilha em 1997, onde distribuiram os calçados, materiais didácticos e desportivos; medicamentos, enfim donativos angariados e financiados pela própria Ariane Lurz Fernandes na Alemanha. Em Abril de 1998 seguiu-se a distribuição de mais donativos as crianças e aos mais necessitados da ilha. No acto da distribuição desses novos donativos foi constatado que os donativos distribuídos em 1997 em Pecixe estavam a ser ainda usados pelos mais necessitados e, que essa prática nao teria carácter comercial e nem fomentaria corrupção ou desequilíbrio social no seio de 38 aldeias aí existentes. Na altura da entrega desses donativos tanto a população, os homens e mulheres-grandes como os régulos de Pecixe, com a sua população de 15.000 habitantes e 238 km² de superfície apresentaram a sua vontade de continuarem a participar activamente em empreendimentos semelhantes. Assim nasceu o ProDIP: Projecto do Desenvolvimento Integrado de Pecixe.

E, daí a escolha de Pecixe como o modelo para a realização da primeira fase duma série de projectos que deverão ser realizados futuramente nas outras regiões da Guiné-Bissau.

Estão planeados também nas outras Regiões a realização de projectos integrados de ensino de base e de formação profissional, de caracter comunitários.
Graças a exposição e retrato da difícil situação financeira e sócio-económica que a Guiné-Bissau atravessava na altura, a Ariane conseguiu sensibilizar amigos, conhecidos e simpatizantes da África na Alemanha de que há um País nesse continente (que é a Guiné-Bissau) que necessita realmente de uma atenção mais especial e mais carinhosa. Assim foi fundada no dia 19 de Junho de 1998 pela iniciativa de Ariane, do Higídio e de alguns amigos alemães assim como da Grã-bretanha e Austrália, “Amizade e.V. – Associação Germânica de amizade para com a Guiné-Bissau”. Entretanto AMIZADE conta com mais de 5 dezenas de  membros efectivos ( entre os quais dois africanos: 1 da Guiné-Bissau e 1 da Guiné-Conakry/Faraná) para além de muitas pessoas que se interessaram em apoiar projectos ligados aos sectores de saúde, educação, formação profissional e infraestruturas de base.

A função e objectivo da AMIZADE é:

· Promover e dinamizar actividades interculturais tanto na Guiné-Bissau como na Alemanha;

· Servir do elo de ligação entre alemães/européus e Guineenses no âmbito de cooperação;

· Promover, dinamizar e assegurar a coesão e solidariedade entre os dois povos;

·Promover ajudas de desenvolvimento sócio-económico à população da Guiné-Bissau, assim como participar na  sensibilização para a salvaguarda da protecção da flora e fauna desse País.

A nossa Associação tem a sua sede em Ludwigshafen (Alemanha). Na Guiné-Bissau existe, por enquanto, uma sede em Pecixe (no RENO, entre Indjante e Pari), para além duma estrutura de coordenação em Bissau, na Pessoa da Senhora Maria do Céu Sá Nogueira, que se encarrega da coordenação e execução dos Projectos em curso.

Estamos a planear a construção ou a compra de alguns edifício nas outras regiões, para assim podermos alargar as nossas actividades, duma forma descentralizada, nas outras  regiões e, consequentemente, melhor podermos implementar, executar e coordenar a realização de novos projectos de desenvolvimento integrados que aí pensamos iniciar brevemente.